como se uma visita fosse,
eu te lembrava vindo
em névoa e sol
e meu quarto se enchia
de tua noite fria e tua luz.
como se uma visita fosse,
eu me vestia de dias mal passados
para te receber em esplendor
assim que ouvia sinos.
como se uma visita fosse,
eu aprendia frases em francês
e massas italianas
e preparava a mesa ao te sentir vindo.
como se uma visita fosse,
meus olhos valsavam
entre a porta e o relógio
como se teu vir também fosse dança
- rumba, bolero, poema.
como se uma visita fosse,
tua imagem me aparecia
e a liturgia das velas começava
ao som de Bach.
Raul Albuquerque
14-15/junho/2014
Bem-Vindo ao Estação 018!
domingo, 15 de junho de 2014
sábado, 7 de junho de 2014
sobre olhos
aprendi
- não a tempo -
que os dias se morrem
nos olhos delas
afoguei-me em olhos verde-mar
e não lembro como ressuscitei
tive alucinações febris em olhos furta-cor
pensei ser a extrema-unção,
mas não conheci céu
amei ainda dois olhos negros
que o sol tornava espelhos
e a lua tornava sóis
ora, aqueles olhos continham neles
uma parcela significativa
do que eu não conhecia do universo
mas
aprendi
- não a tempo -
que os dias se morrem
nos olhos delas
será que ressuscitam?
Raul Cézar de Albuquerque
- não a tempo -
que os dias se morrem
nos olhos delas
afoguei-me em olhos verde-mar
e não lembro como ressuscitei
tive alucinações febris em olhos furta-cor
pensei ser a extrema-unção,
mas não conheci céu
amei ainda dois olhos negros
que o sol tornava espelhos
e a lua tornava sóis
ora, aqueles olhos continham neles
uma parcela significativa
do que eu não conhecia do universo
mas
aprendi
- não a tempo -
que os dias se morrem
nos olhos delas
será que ressuscitam?
Raul Cézar de Albuquerque
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